A Secom do governo federal anunciou a suspensão de novas campanhas publicitárias na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter. A decisão foi tomada após recentes conflitos entre o dono do X, bilionário Elon Musk, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e até o ex-presidente Lula.
A medida baseia-se na Instrução Normativa nº 4, de 23 de fevereiro de 2024, que estabelece diretrizes para a publicidade do governo na internet, a fim de evitar danos à imagem das instituições federais.
De acordo com a norma, o objetivo é impedir a monetização de sites, aplicativos e produtores de conteúdo que possam representar riscos à imagem do governo ou não estejam em conformidade com a legislação ou padrões de segurança e adequação à marca do governo.
Em uma live transmitida pelo Spaces, plataforma de conversas por áudio do X, Musk conversou com parlamentares brasileiros, incluindo o senador Luis Eduardo Girão e os deputados Nikolas Ferreira e Luis Felipe Orleans de Bragança, e fez críticas às instituições do país, afirmando que há abuso de poder por parte do Judiciário.
A polêmica entre Musk e Moraes teve início no começo de abril, quando o dono do X fez críticas ao ministro e ameaçou fechar o escritório da rede social no Brasil. Ele também afirmou que suspenderia as restrições impostas pela Justiça brasileira a diversos perfis na plataforma e acusou Moraes de censurar a rede.
Como resultado, Moraes incluiu Musk no inquérito das milícias digitais, que investiga a atuação de grupos antidemocráticos nas redes sociais. Em resposta, o empresário citou Lula em suas críticas, insinuando um suposto conluio entre o ministro e o ex-presidente.
Lula, por sua vez, ironizou Musk em duas ocasiões, enfatizando a importância da preservação da Amazônia e criticando o crescimento da extrema direita, que, segundo ele, permite que um empresário estrangeiro fale mal do povo brasileiro e da Corte brasileira.
Com a polêmica em andamento, o governo federal decidiu suspender novas campanhas publicitárias na rede social X, a fim de evitar mais conflitos e preservar a imagem das instituições do Poder Executivo Federal.