De acordo com o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE) Philip Lane, a data mais provável para o início dos cortes de juros na região é junho, mas ainda há divergências sobre a duração e o tamanho da flexibilização. Em uma palestra para estudantes em Dublin, Irlanda, ele comentou que a inflação na zona do euro está se aproximando da meta de 2% estabelecida pela autoridade monetária, após um período “acidentado” que a manterá estável nos níveis atuais por enquanto.
Lane destacou que, apesar de alguns fatores que podem reduzir a inflação, a convergência para a meta em 2025 será sustentável. Já o presidente do Banco Central da Eslováquia, Peter Kazimir, concorda que a inflação está caindo e, portanto, os juros podem ser reduzidos em junho. Porém, ele alertou que a trajetória pós-corte é incerta e que não há compromisso prévio com uma determinada trajetória após junho.
Os mercados preveem pelo menos dois cortes após junho, nas reuniões de setembro e dezembro, quando o BCE também divulga novas projeções econômicas. Kazimir defende que a política monetária permaneça restritiva mesmo após o primeiro corte, enquanto o presidente do Banco Central da Lituânia, Gediminas Simkus, tem uma visão mais otimista e acredita que o BCE pode cortar os juros mais de três vezes este ano.
Simkus minimiza o impacto das decisões do Federal Reserve e argumenta que o BCE tomará decisões independentes, focando apenas em como uma trajetória divergente das taxas pode afetar a economia real. Na semana passada, o BCE sinalizou um possível corte na taxa de juros para junho, mas a presidente Christine Lagarde afirmou que o banco não está planejando nenhum movimento adicional, dada a incerteza sobre o crescimento e a inflação.
Enquanto isso, os mercados precificam apenas três cortes este ano, à medida que as expectativas recuaram após dados surpreendentemente altos sobre a inflação nos EUA.