Elon Musk anuncia campanha de apoio à liberdade de expressão nos EUA
O bilionário Elon Musk anunciou nesta quinta-feira (18 de abril de 2024) que irá financiar uma campanha de assinaturas em apoio à 1ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos e à liberdade de expressão. O anúncio foi feito após Katherine Maher assumir o cargo de CEO da NPR, a rádio pública do país.
Maher, em 2021, criticou a legislação norte-americana, afirmando que a principal dificuldade no combate à desinformação é a 1ª Emenda da Constituição dos EUA. Segundo a executiva, a proteção à liberdade de expressão e opinião torna “complicado” censurar informações prejudiciais.
Nos últimos dias, Musk tem criticado decisões de autoridades, inclusive do ministro do STF Alexandre de Moraes, por supostamente cercearem a liberdade de expressão. O CEO da SpaceX alega que as “ações de censura contra representantes eleitos” violam as leis brasileiras. Por conta disso, ele está sendo denunciado por intermediar as relações de conservadores norte-americanos com grupos de “extrema-direita global”. Em resposta, Musk afirmou que, se apoiar a liberdade de expressão é ser de “extrema-direita”, então ele se considera assim.
Entenda o caso da NPR
O editor sênior da NPR, Uri Berliner, escreveu um extenso artigo em 9 de abril intitulado “Eu estou na NPR há 25 anos. Eis como nós perdemos a confiança da América”. No texto, ele relata como a emissora adotou uma postura de pautas identitárias e do universo woke após a vitória de Trump nas eleições de 2016.
Em 18 de abril de 2024, Berliner pediu demissão após ser suspenso em 12 de abril devido à repercussão do artigo. A NPR, uma empresa de comunicação social sem fins lucrativos, é mantida com recursos estatais e doações de ouvintes. Com sede em Washington D.C., a emissora é admirada por seu tom equilibrado, mas, segundo Berliner, o ambiente de trabalho mudou após a eleição de Trump.
O jornalista também aponta a mudança no perfil dos profissionais da NPR, com 87 eleitores registrados como democratas e nenhum como republicano. Nos EUA, é possível informar com qual partido se identifica ao votar.