O caso que chocou o Rio de Janeiro teve um novo desdobramento nesta quinta-feira (18). O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) converteu em preventiva a prisão de Érica de Souza Vieira Nunes, que levou o corpo de um idoso a um banco de Bangu na tentativa de sacar R$ 17.000 em um empréstimo. A decisão foi tomada pela juíza Rachel Assad da Cunha, responsável pela audiência de custódia. Veja abaixo os principais pontos dessa história.
1) A prisão preventiva
A juíza Rachel Assad da Cunha justificou a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva enquanto não ficar claro se houve tentativa de golpe ou fraude financeira por parte de Érica. Segundo a magistrada, a causa e o horário da morte do idoso não são os únicos pontos em discussão. “O ponto central dos fatos não se resume em buscar o momento exato da morte, informação que sequer o exame de necrópsia conseguiu apontar. A questão é definir se o idoso, naquelas condições, mesmo que vivo estivesse, poderia expressar a sua vontade. Se já estava morto, por óbvio, não seria possível. Mas ainda que vivo estivesse, era notório que não tinha condições de expressar vontade alguma, estando em total estado de incapacidade”, disse.
2) O pedido de prisão domiciliar
A defesa de Érica solicitou prisão domiciliar da suspeita para que ela cuidasse da filha com deficiência de 14 anos. Porém, a juíza Rachel Assad da Cunha recusou o pedido, alegando que “a custodiada se desobrigou dos cuidados com a filha para praticar a conduta criminosa”. A magistrada ainda afirmou que a companhia da custodiada se mostra mais nociva do que benéfica à adolescente, já que ela estava sob os cuidados do irmão, de 27 anos.
3) A defesa de Érica
A defesa da suspeita afirma que o idoso morreu dentro da agência bancária e nega que ele tenha sido morto pela mulher em uma tentativa proposital para obter um empréstimo bancário. A advogada diz ainda que Érica toma remédios controlados para tratar um quadro psiquiátrico e estava em um “surto psicótico” quando tentou fazer o cadáver assinar os documentos da agência bancária. “Acreditamos na inocência da Érica. Temos testemunhas de que o senhor Paulo chegou vivo à agência bancária. Embora tenha sido, de forma prematura, declarada a morte por uma emergência dos bombeiros e do Samu, isso será contestado. Estamos aguardando também a resposta do IML. Também temos provas documentais do abalo emocional da Érica”, afirmou a defesa ao portal UOL.
4) O laudo da perícia médica
O laudo da perícia médica indica que o idoso morreu entre 11h30 e 14h30 de terça-feira (16). Não foi possível precisar se ele perdeu a vida antes ou depois de entrar no banco. A causa da morte, no entanto, foi descrita como broncoaspiração de conteúdo estomacal (um tipo de asfixia causada pela aspiração de conteúdo do estômago para o interior das vias respiratórias) e falência cardíaca. Os médicos aguardam resultados de exames toxicológicos para saber se Paulo chegou a ingerir algum tipo de droga ou remédio que pode ter induzido sua morte.
5) O caso que chocou o Rio de Janeiro
O caso que chocou o Rio de Janeiro teve início na terça-feira (16), quando Érica de Souza Vieira Nunes foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver. A tentativa de saque na agência bancária foi registrada em vídeo (assista abaixo). Nas imagens, o idoso está pálido e sem qualquer reação ou reflexo, sentado em uma cadeira de rodas, enquanto Érica pede repetidas vezes que ele assine o empréstimo. Os funcionários do banco percebem que o idoso não reage e decidem chamar o Samu. Ao chegar, o médico constatou que o corpo apresentava sinais de que a morte já havia ocorrido há algumas horas. Diante disso, a Polícia Militar foi chamada e Érica foi encaminhada para a 34ª DP, onde o caso está sendo investigado. O corpo do idoso será examinado no IML a fim de apurar as circunstâncias da morte.