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conscientes “A CNBB alerta sobre extremismo e incentiva o voto consciente dos cristãos”

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma carta na quarta-feira (17 de abril de 2024) pedindo a participação política dos cristãos nas eleições municipais de 2024. O documento foi lido durante a 61ª Assembleia Geral no Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo. Confira a íntegra abaixo.

Os bispos afirmam que, mesmo após o fim da ditadura militar, a democracia ainda precisa de atenção e que as eleições municipais de outubro são uma oportunidade de fortalecê-la através do voto.

Na carta, eles destacam que os cristãos não devem “abdicar da participação na política” e que a consciência cívica deve estar a serviço do bem comum. Os bispos também expressam preocupação com extremismos e intolerância no processo eleitoral.

Além disso, os bispos lamentam questões como guerras, fome, crime, desemprego, preconceito, corrupção, desastres climáticos, ataques a povos indígenas e fake news.

Leia a carta na íntegra:

“Nós, bispos católicos do Brasil, reunidos no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida de 10 a 19 de abril para a 61ª Assembleia Geral da CNBB, dirigimos esta mensagem a todo o povo brasileiro. Iluminados por Jesus Ressuscitado, com fé e esperança, dialogamos e refletimos sobre nossa participação na missão da Igreja e na sociedade. Foi um momento de comunhão e valorização de nossas diversidades.

Renovamos nossa opção incondicional pela defesa da vida em todas as suas formas. O tempo pascal nos lembra que a morte foi e sempre será vencida. Em tempos difíceis, é preciso coragem e paciência para crescer na amizade social e buscar uma sociedade mais justa e fraterna.

O passado nos ensina que o diálogo e o entendimento são essenciais para superar os desafios do Brasil. As instituições e a sociedade civil são fundamentais nesse processo. Os três poderes da República devem seguir o que preconiza a Constituição, com independência e harmonia.

A paz é um imperativo na sociedade do diálogo. Papa Francisco afirma que a paz deve ser buscada para combater o ódio e a guerra. Desejamos paz para os países em guerra e condenamos os altos gastos militares enquanto a fome cresce.

Lamentamos o crescimento do crime, das milícias, do narcotráfico, da violência nas cidades e no campo, do bullying, do racismo, do feminicídio, do tráfico humano e da exploração sexual de crianças e vulneráveis. Também é preocupante a corrupção, nepotismo e tráfico de influência no país. Necessitamos construir a paz através da justiça.

O cenário de violência é agravado pela precarização do trabalho e pelo desemprego. Na Festa do 1º de Maio, a Igreja se une aos trabalhadores em suas lutas por condições dignas de vida e trabalho. Entendemos que o Brasil precisa de um novo marco legal para garantir o trabalho, o bem-estar humano e a geração de emprego e renda, especialmente para os jovens. Todos devem defender a vida em sua totalidade e agir solidariamente por um país economicamente humanizado, politicamente democrático, socialmente justo e ecologicamente sustentável.

Os extremos climáticos e os desastres naturais causados ​​pela ganância e ocupação desordenada do espaço urbano são cada vez mais intensos. A transição para energias limpas deve respeitar os direitos das comunidades e a qualidade de vida.”

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