O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou novamente que o governo Lula da Silva pretende importar gás natural da Argentina. As conversas já estão em andamento entre os dois países e também envolvem Bolívia e Paraguai, podendo resultar em um contrato de importação de 3 milhões de m³/dia de gás de xisto do campo de Vaca Muerta.
A importação é parte do plano do governo para promover um “choque de oferta de gás” no país, que também inclui a possibilidade de importação via Gasbol (Gasoduto Bolívia-Brasil) ou por uma rota pelo Paraguai chegando ao Mato Grosso do Sul. Segundo o ministro, o Paraguai propôs estudar os potenciais da produção de gás na região do Chaco, para criar uma rota alternativa.
Vaca Muerta é considerada a 2ª maior reserva não convencional do mundo e é conhecida por ser rica em gás e óleo de xisto. A extração desse tipo de gás é feita através do “fracking”, que consiste em quebrar o solo e injetar água e produtos químicos para liberar o gás. Essa técnica é considerada danosa ao meio ambiente e já foi objeto de decisões judiciais no Brasil.
O ministro defende um amplo debate sobre a exploração de gás de xisto no Brasil, que tem um potencial de 32 milhões de m³/dia. Ele ressalta que a importação de gás de Vaca Muerta não é contraditória com o debate sobre transição energética, pois o gás pode ajudar a descarbonizar alguns segmentos.
Há anos o governo brasileiro cogita financiar uma extensão do Gasoduto Presidente Néstor Kirchner, que leva o gás da Vaca Muerta até a província de Buenos Aires. Porém, após mudanças políticas na Argentina, o Brasil busca outras alternativas para importar o gás argentino.