A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) informou que as instalações nucleares do Irã não foram afetadas pelo ataque de Israel na quinta-feira (18 de abril de 2024). A agência continua monitorando a situação na região.
De acordo com relatos, explosões foram ouvidas nos arredores da cidade iraniana de Ghahjaworstan, localizada a 340 km da capital Teerã, na província de Isfahan. O ataque ocorreu em resposta ao lançamento de 300 drones e mísseis em direção a Israel no sábado (13 de abril). O Irã ativou seus sistemas de defesa aérea em resposta ao ataque.
A região abriga várias usinas nucleares, incluindo a de Natanz, o principal centro de enriquecimento de urânio do país. A AIEA, em seu perfil no X (ex-Twitter), apelou para a contenção de todos e reiterou que as instalações nucleares nunca devem ser alvo de conflitos militares.
Ainda não há confirmação oficial sobre a intensidade dos ataques e os danos causados. A agência de notícias iraniana Fars informou que “três explosões” foram ouvidas perto da base aérea do exército de Shekari, no noroeste de Isfahan. O porta-voz da agência espacial iraniana, Hossein Dalirian, afirmou que “vários pequenos drones foram abatidos com sucesso pela defesa aérea do país”.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram que sirenes foram ouvidas no norte do território de Israel, mas o ataque ainda não foi confirmado pelas autoridades israelenses. No entanto, as FDI afirmaram que a região é alvo diário de grupos como o Hezbollah e o Hamas.
De acordo com a CNN, os Estados Unidos foram avisados na quinta-feira (18 de abril) sobre o possível ataque de Israel. O país norte-americano afirmou que não endossou a ação.
O Irã havia prometido retaliar Israel pelo bombardeio que matou 8 pessoas na embaixada do país em Damasco, na Síria, em 1º de abril, incluindo um general da Guarda Revolucionária. Os países culparam Israel pelo ataque, apesar de o país não ter assumido a responsabilidade. Segundo as FDI, cerca de 300 drones e mísseis foram lançados pelo Irã e 99% deles foram interceptados por caças de Israel e de seus aliados, como Estados Unidos e Reino Unido, e pelos sistemas de defesa antiaérea israelense.
A situação gerou reações pelo mundo, com o G7 (grupo com as 7 maiores economias do planeta) condenando o ataque “sem precedentes” e reforçando seu compromisso com a segurança de Israel. O Brasil, por sua vez, acompanhou a situação com preocupação e não condenou a ação iraniana. O embaixador de Israel no país, Daniel Zonshine, ficou desapontado com a posição brasileira, mas o ex-ministro e diplomata Rubens Ricupero considerou que o Itamaraty acertou no tom ao não tomar partido em meio ao conflito.
O ataque também pode ter impacto no preço do petróleo, já que uma possível guerra entre Irã e Israel pode levar a um aumento da commodity e pressionar a Petrobras a aumentar o preço dos combustíveis. Vídeos divulgados mostraram imagens do ataque do Irã.