O governo federal anunciou nesta segunda-feira (15) uma mudança na meta de déficit primário, que passou a ser prevista para 2025. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), pediu desculpas por ter divulgado a informação antes da coletiva de imprensa, mas explicou que a notícia já havia sido vazada.
Segundo o novo arcabouço fiscal, aprovado pelo Congresso Nacional no ano passado, o governo deve seguir duas regras principais na gestão das contas públicas: o respeito a um limite de despesas e a meta de resultado primário. Para 2024, a tendência é que o governo trabalhe com um déficit de 0,25% do PIB. Em 2025, a meta é zerar o déficit e, para 2026, espera-se um superávit de 0,25% do PIB.
Em entrevista à GloboNews, Haddad também anunciou que o salário mínimo deve ser de R$ 1.502 em 2025. O ministro ressaltou que a situação das contas públicas preocupa e que o esforço do governo é colocar ordem nessa situação.
Haddad justificou a mudança na meta devido a um evento no STF, em 2017, que tirou quase 1% do PIB do fluxo financeiro da União e determinou a devolução de 5 anos de arrecadação para trás. Diante desse quadro, o governo decidiu rever os gastos tributários para equalizar as contas.
O ministro também pediu o empenho do Congresso para aprovar projetos importantes da pauta econômica, como a reforma da Previdência, que é fundamental para a situação fiscal do país. Apesar das medidas enviadas pelo governo terem sido desidratadas pelo Congresso, Haddad ressaltou a coragem dos parlamentares em enfrentar temas difíceis. Agora, é preciso discutir seriamente essas questões para que a taxa de juros caia e o crescimento se torne mais sustentável ao longo do tempo.
Com a mudança na meta, o governo se encontra em uma encruzilhada fiscal e é preciso discutir as possíveis soluções para esse problema. A MP enviada no final do ano passado foi menos bem recebida do que as medidas do ano anterior, mas é necessário encontrar uma solução para continuar no caminho do crescimento sustentável.
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